Nesta terça, Sarney disse que não tem planos para o período em que será presidente em exercício. "Eu apenas vou cumprir uma exigência constitucional, que diz que quando o presidente, o vice-presidente e o presidente da Câmara estão ausentes, assume o presidente do Senado. Mas é uma coisa de rotina", afirmou.
Sarney disse ainda que não se sente voltando à Presidência. "Eu me sinto já tendo saído da Presidência", afirmou.
Dilma está em viagem oficial à França desde domingo (9). De lá, ela seguirá para Moscou, na Rússia, e só deverá retornar ao Brasil no sábado (15), segundo informou assessoria do Planalto.
O vice-presidente, Michel Temer, embarcará nesta quarta-feira (12) à noite para Lisboa, onde participa das comemorações do ano do Brasil em Portugal. Ele tem audiência na sexta-feira (14) com o presidente Aníbal Cavaco Silva, e encontro com empresários e parlamentares portugueses, segundo assessoria da vice-presidência.
Temer e Dilma poderão se encontrar em Lisboa no sábado, porque a presidente deverá fazer uma escala em Portugal antes do retorno ao Brasil, informou a assessoria de Temer.
Com Dilma e Temer fora do país, quem assumiria o cargo máximo da República seria o presidente da Câmara, Marco Maia, mas ele viajará na quinta-feira (13) para o Panamá, onde participa de uma reunião do Parlamento do Mercosul. O retorno de Maia está previsto para a noite de domingo, segundo informou sua assessoria.
José Sarney, portanto, ficará na presidência a partir do momento em que Maia deixar o território brasileiro, nesta quinta-feira pela manhã, até o retorno da presidente Dilma, no sábado.
Governo Sarney
O maranhense José Sarney, 82 anos, tomou posse na Presidência da República em 1985. Ele assumiu após a morte, em abril, de Tancredo Neves que fora eleito presidente pelo PMDB. À época, Sarney foi lançado vice pela Frente Liberal, remanescente da Arena, para captar apoio governista. Foi o primeiro governo civil após o regime militar de 1964. Também durante o mandato, em 1986, foram realizadas as eleições para a Assembleia Nacional Constituinte, que promulgou a atual Constituição Brasileira em 1988.
Na economia, o período foi marcado por alta inflação e recessão econômica. Sucessivos planos não conseguiram conter a alta de preços, que chegou a 1.973% em 1989 (em 2011, foi de 6,5%). Ao final do mandato, Sarney suspendeu o pagamento da dívida externa. Em 1990, Collor assume e, para tentar consertar a economia, decreta confisco das poupanças.
Após deixar a Presidência, Sarney elegeu-se senador três vezes consecutivas, tendo sido eleito presidente do Senado por quatro vezes.
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