Discutir a deficiência no Brasil é algo que deve estar presente no cotidiano. As lei brasileiras, do ponto de vista jurídico em relação aos portadores de deficiência, segundo alguns estudiosos, é perfeita. Entretanto, do ponto de vista operacional, ainda se tem muito a conquistar.
Em locais públicos como bibliotecas, escolas e outras instituições,faltam rampas cadeirantes, crianças cegas ou com baixa visão não tem acesso a materiais em braile, sem falar das dificuldades enfrentadas pelos surdos, mudos e deficientes mentais.
As escolas não estão instrumentalizadas para receber alunos Portadores de Necessidades Educativas Especiais e os professores estão despreparados para trabalhar com eles. não por culpa dos professores, mas pela deficiência ou carência de formação específica para atuar com esses alunos.
Na semana passada tive a oportunidade de participar do II Congresso Baiano de Educação Inclusiva e do II Fórum Internacional para pessoas com surdocegueira e deficiência múltipla sensorial e entre os vários temas discutidos, um, particularmente me chamou atenção: "Preconceitos, estereótipos e diferenças", ministrado pela Professora Doutora Márcia Cozzani (UNEB/FSBA).
Olhamos o diferente como alguém que destoa da "normalidade", contudo, não percebemos que todos nós temos algum tipo de deficiência: cognitiva, afetiva, moral, física. Não somos perfeitos, por isso, o portados de deficiência deve ser acolhido pela sociedade dita "normal" e incentivado a desenvolver habilidades para o convívio em grupo.
Segundo a Dra. Márcia Cozzani, os estereótipos mais comuns relacionados ao deficiente são o da vítima, no qual o deficiente é visto como o "coitadinho", incapaz de desenvolver suas potencialidades e o de super-herói, quando este é capaz de romper barreiras e superar a si mesmo através do esporte. Além disso, as pessoas que cuidam do deficiente, principalmente dos portadores de deficiências múltiplas são elevados ao patamar de pessoas altamente benevolentes e desapegadas, capazes de renunciar aos seus desejos, necessidades e projetos para cuidar do "fardo".
Uma das lutas de educadores, psicopedagogos, psicólogos e outros profissionais da área das Ciências Humanas, é a de inserir os deficientes nas escolas regulares, oferecendo opções de acessibilidade à educação, ao esporte, ao lazer e à inserção no mercado de trabalho, pois são pessoas, como todo ser humano, dotadas de infinitas possibilidades, apesar de suas limitações.
Quando encontramos um deficiente nas ruas, costumamos desviar nosso olhar e fixá-lo em visões mais agradáveis do nosso ponto de vista. A deficiência do outro incomoda. Mas quando ela está presente na nossa família ou na escola, a primeira sensação é a de estar perdido e só. O que fazer com aquela criança que está diante de nós, esperando a acolhida, a atitude, o fazer? Quais são as suas possibilidades de aprendizagem? Quais são suas limitações? O que podemos fazer para que ela se desenvolva e seja um ser social? São perguntas que surgem e que, na maioria das vezes, não temos aparato teórico para respondê-las. Só a convivência nos dará as respostas.
Como pais, não deixaremos de amar os nossos filhos porque são deficientes, ou diferentes. Como professores, devemos buscar estratégias para que o aluno portador de necessidades especiais seja incluído no grupo e tenha reais possibilidades de aprendizagem, com atividades diferenciadas, parceria com as famílias e outros profissionais.
Devemos o nosso olhar não para a diferença, mas para o que nos torna iguais:a nossa humanidade, não considerando aqui que somos "bonzinhos, mas que, como seres humanos, busquemos em nós e no outro algo que nos torne pessoas melhores e mais contributivas à sociedade, pois é fato: ninguém é igual a ninguém e é a diferença que nos faz seres únicos.
Tinha pensado em escrever sobre outro tema, mas compartilhar as discussões do fórum me inquietaram. As palavras de Zélia Gattai me definem bem:"Continuo achando graça das coisas, gostando cada vez mais das pessoas, curiosa sobre tudo, imune ao vinagre, às amarguras, aos rancores."
Continuem postando seus comentários sobre as matérias e sugerindo temas. É claro que não se pode agradar a todos, mas como diz o professor e escritor José Pacheco "é preciso incomodar os acomodados"
Um abraço.
Em locais públicos como bibliotecas, escolas e outras instituições,faltam rampas cadeirantes, crianças cegas ou com baixa visão não tem acesso a materiais em braile, sem falar das dificuldades enfrentadas pelos surdos, mudos e deficientes mentais.
As escolas não estão instrumentalizadas para receber alunos Portadores de Necessidades Educativas Especiais e os professores estão despreparados para trabalhar com eles. não por culpa dos professores, mas pela deficiência ou carência de formação específica para atuar com esses alunos.
Na semana passada tive a oportunidade de participar do II Congresso Baiano de Educação Inclusiva e do II Fórum Internacional para pessoas com surdocegueira e deficiência múltipla sensorial e entre os vários temas discutidos, um, particularmente me chamou atenção: "Preconceitos, estereótipos e diferenças", ministrado pela Professora Doutora Márcia Cozzani (UNEB/FSBA).
Olhamos o diferente como alguém que destoa da "normalidade", contudo, não percebemos que todos nós temos algum tipo de deficiência: cognitiva, afetiva, moral, física. Não somos perfeitos, por isso, o portados de deficiência deve ser acolhido pela sociedade dita "normal" e incentivado a desenvolver habilidades para o convívio em grupo.
Segundo a Dra. Márcia Cozzani, os estereótipos mais comuns relacionados ao deficiente são o da vítima, no qual o deficiente é visto como o "coitadinho", incapaz de desenvolver suas potencialidades e o de super-herói, quando este é capaz de romper barreiras e superar a si mesmo através do esporte. Além disso, as pessoas que cuidam do deficiente, principalmente dos portadores de deficiências múltiplas são elevados ao patamar de pessoas altamente benevolentes e desapegadas, capazes de renunciar aos seus desejos, necessidades e projetos para cuidar do "fardo".
Uma das lutas de educadores, psicopedagogos, psicólogos e outros profissionais da área das Ciências Humanas, é a de inserir os deficientes nas escolas regulares, oferecendo opções de acessibilidade à educação, ao esporte, ao lazer e à inserção no mercado de trabalho, pois são pessoas, como todo ser humano, dotadas de infinitas possibilidades, apesar de suas limitações.
Quando encontramos um deficiente nas ruas, costumamos desviar nosso olhar e fixá-lo em visões mais agradáveis do nosso ponto de vista. A deficiência do outro incomoda. Mas quando ela está presente na nossa família ou na escola, a primeira sensação é a de estar perdido e só. O que fazer com aquela criança que está diante de nós, esperando a acolhida, a atitude, o fazer? Quais são as suas possibilidades de aprendizagem? Quais são suas limitações? O que podemos fazer para que ela se desenvolva e seja um ser social? São perguntas que surgem e que, na maioria das vezes, não temos aparato teórico para respondê-las. Só a convivência nos dará as respostas.
Como pais, não deixaremos de amar os nossos filhos porque são deficientes, ou diferentes. Como professores, devemos buscar estratégias para que o aluno portador de necessidades especiais seja incluído no grupo e tenha reais possibilidades de aprendizagem, com atividades diferenciadas, parceria com as famílias e outros profissionais.
Devemos o nosso olhar não para a diferença, mas para o que nos torna iguais:a nossa humanidade, não considerando aqui que somos "bonzinhos, mas que, como seres humanos, busquemos em nós e no outro algo que nos torne pessoas melhores e mais contributivas à sociedade, pois é fato: ninguém é igual a ninguém e é a diferença que nos faz seres únicos.
Tinha pensado em escrever sobre outro tema, mas compartilhar as discussões do fórum me inquietaram. As palavras de Zélia Gattai me definem bem:"Continuo achando graça das coisas, gostando cada vez mais das pessoas, curiosa sobre tudo, imune ao vinagre, às amarguras, aos rancores."
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Um abraço.
Matéria: Niclécia Gama / Postagem: Flávio Leone
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