Maioria da Câmara dos Deputados votou a favor da PEC que torna a prática da vaquejada patrimônio cultural brasileiro.
O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou na última quarta-feira
(31), em segundo turno, a chamada PEC da Vaquejada, Proposta de Emenda à
Constituição 304/17 que acaba com os entraves jurídicos para a
realização dessa atividade no Brasil, que segue agora para a promulgação
pela Mesa do Congresso Nacional.
A vaquejada é prática na qual dois vaqueiros montados a cavalo têm de
derrubar um boi, puxando-o pelo rabo. com a alteração na Constituição,
fica estabelecido não são consideradas cruéis as práticas desportivas
que utilizem animais e sejam registradas como manifestações culturais do
patrimônio cultural brasileiro.
A maioria dos deputados apoiou a PEC, que foi aprovada com 373 votos
favoráveis e 50 contrários, além de 6 abstenções. Rede, Psol e PV
defenderam a rejeição da proposta. PSDB e PT liberaram suas bancadas.
Para o deputado Alessandro Molon (Rede-RJ), que chegou a propor a
retirada de pauta da proposta, a PEC tenta tratar como uma questão
cultural uma prática que gera sofrimento aos animais. “Apesar de o texto
da PEC tentar tratar essa prática como uma questão cultural, a cultura
do Nordeste, do Sul e do Brasil vai muito além de uma prática como essa,
que é lamentavelmente uma prática cruel”, afirmou.
Por outro lado, o deputado Efraim Filho (DEM-PB) defendeu a
importância cultural da vaquejada e destacou que, ao longo dos anos, a
prática evoluiu para proteger os animais. “A vaquejada evoluiu, sim, ela
hoje tem regras, tem estatuto. Ela fiscaliza e pune quem comete os
maus-tratos, porque é perfeitamente possível conciliar de forma
sustentável essa atividade que gera emprego, renda e oportunidade com a
vida de quem está no semiárido do Nordeste e vive na seca, no sol e na
poeira”, rebateu.
O líder do PSDB, deputado Ricardo Tripoli (SP), liberou a bancada
para votar como quisesse, mas também defendeu posição pessoal contra a
PEC. “O Supremo [Tribunal Federal] se reúne e vota no Pleno pela
inconstitucionalidade dessa matéria. E o que faz o Congresso Nacional?
Busca uma fórmula de inibir uma votação do Supremo”, criticou.
STF
Em outubro do ano passado, o Supremo julgou inconstitucional a vaquejada
por submeter os animais à crueldade. A Ação Direta de
Inconstitucionalidade (ADI), acatada por 6 votos a 5, foi proposta pelo
procurador-geral da República contra a Lei 15.299/13, do estado do
Ceará, que regulamenta a vaquejada como prática desportiva e cultural no
estado.
Para o relator da ação, ministro Marco Aurélio, a prática teria
“crueldade intrínseca” e o dever de proteção ao meio ambiente previsto
na Constituição Federal se sobrepõe aos valores culturais da atividade
desportiva.
Durante a votação em primeiro turno, o relator da PEC na comissão
especial, deputado Paulo Azi (DEM-BA), rebateu a tese do STF. Para Azi,
se a vaquejada fosse banida, além da cultura de um povo, teria prejuízo
injustificável para toda uma cadeia produtiva, condenando cidades e
microrregiões ao vazio da noite para o dia.
Fonte: Agência Câmara
Postagem: Francisley Rodrigue
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