Nos últimos 15 anos, o torcedor do Bahia só viu sua equipe conquistar
títulos Estaduais. Nessa quarta, esse tabu foi quebrado em grande
estilo. Com uma vitória por 1 a 0, graças a gol de Edigar Junio, o
Tricolor repetiu os feitos de 2001 e 2002 e se sagrou campeão da Copa do
Nordeste na Arena Fonte Nova, em Salvador. A taça coroa uma campanha
que tem como destaque o fato do Esquadrão não ter levado nenhum gol
diante de seu torcedor durante toda a competição. Ao Leão, que buscava o
Tetra, fica a lamentação por ter feito um jogo muito abaixo do que se
esperava. A expulsão infantil de Rogério ainda no primeiro tempo também
dificultou a missão dos pernambucanos fora de casa.
E se a Copa do Nordeste é carinhosamente chamada de “Lampions League”
pelos torcedores nordestinos em alusão ao principal torneio europeu,
nessa quarta todo o cerimonial de abertura lembrou os protocolos das
tradicionais competições do Velho Continente. Com direito e jogo de
luzes, música, hino nacional e mosaico nas arquibancadas, Bahia e Sport
entraram em campo cientes da responsabilidade que carregavam.
A pressão, no entanto, parece ter abatido o time do Sport. Ney Franco
surpreendeu ao escalar seu time com três zagueiros e com Raul Prata no
lugar de Everton. O problema é que parece não ter dado tempo de seus
comandados assimilarem bem a nova postura. O Leão não se encontrou na
primeira etapa.
Por outro lado, o Bahia sobrou. À vontade e com o apoio da massa, o
Tricolor ignorou a vantagem de jogar pelo empate sem gols e partiu para
cima. Aos 11 minutos, o estádio explodiu. Edigar Junio recebeu de
Armero, girou em cima de Durval e cavou por cobertura de Magrão, a lá
Romário. Um golaço.
Só dava Bahia. Régis estufou a rede pelo lado de fora e enganou metade
do estádio. Edigar Junio, endiabrado nessa quarta, aproveitou bola
alçada na área e cabeceou na trave.
E não bastasse o Sport mal chegar ao ataque, Rogério ainda piorou as
coisas ao tentar enganar o árbitro e simular um pênalti aos 32 minutos. O
atacante já tinha recebido um cartão amarelo pouco antes. Mesmo assim, o
árbitro Francisco Carlos do Nascimento não perdoou, aplicou a segunda
advertência e expulsou o jogador, que sequer ameaçou reclamar.
Apesar das substituições ofensivas, até desesperadas de Ney Franco, no
segundo tempo, os últimos 45 minutos foram de ainda mais tensão para a
equipe pernambucana. Com dez jogadores, o Leão não conseguiu segurar a
veloz equipe de Guto Ferreira. Mas o clima de tensão predominou por
causa da ineficiência do Esquadrão.
Foram chances atrás de chances e nada de gol. O Bahia desperdiçou pelo
menos seis oportunidades claríssimas de gol. Nenhuma delas, porém,
balançou as redes. O Sport manteve a esperança viva até os últimos
momentos do jogo, mas também não apresentou força suficiente para reagir
na Fonte Nova.
Dessa forma, foi só espera o apito final. Se de um lado a lamentação
imperava, para os baianos aquele foi o estopim para a festa, que só
terminou depois da volta olímpica. Já eram 15 anos sem um título que não
fosse o Estadual.
Fonte: Gazeta Esportiva
Postagem: Francisley Rodrigues
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