Mais de 350 prefeituras baianas fecharam as portas nesta quinta-feira (26) para denunciar a grave crise financeira que afeta os municípios. Sem condições de pagar a folha de pessoal e manter serviços de saúde, educação e assistência social, os prefeitos se reuniram em Salvador para uma marcha, organizada pela União dos Municípios da Bahia (UPB). A manifestação iniciada na frente da entidade, no Centro Administrativo da Bahi (CAB), seguiu em caminhada até a Assembleia Legislativa do Estado para uma sessão especial onde foram abordadas as pautas estaduais. À tarde, uma nova reunião com senadores e deputados federais na sede da UPB apresenta a pauta nacional e discute a queda de cerca de 40% no repasse ao Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
Com a previsão do governo federal de praticamente zerar os recursos
para assistência social nos municípios, no próximo ano, os prefeitos
fizeram ainda um apelo ao relator do orçamento da União de 2018,
deputado federal Cacá Leão, que compareceu à sessão. Em resposta o
parlamentar assumiu o compromisso de estudar uma forma de minimizar o
impacto da meta fiscal na área social e concordou que os governos “fazem
graça com a redução dos impostos e quem paga a conta são os prefeitos e
os municípios que ficam sem o recurso. Foi assim com a linha branca,
com a redução do IPI dos veículos. E nos últimos anos essa crise só tem
aumentado”, explicou.
Considerada como uma mobilização história pelo diretor da
Confederação Nacional de Municípios (CNM), Hugo Lembeck, o protesto dos
prefeitos baianos deixa uma exemplo para o Brasil, segundo ele. “Esse
levante da Bahia devemos mostrar para todo o Brasil. No dia 22 de
novembro queremos essa grande mobilização lá em Brasília. As nossas
marchas sempre têm alguma conquista, elas acontecem porque há pressão e
mobilização, porque os líderes municipalistas estão conosco. É com esse
intuito que temos uma pauta urgente do apoio financeiro de R$4 milhões
para cobrar do governo federal e contamos com a participação de vocês”.
Veja aqui as pautas de interesse dos municípios:-Edição de Medida Provisória para garantir o Auxílio Financeiro aos Municípios (AFM), no aporte de R$ 4 bilhões, a fim de possibilitar que as administrações municipais fechem as contas do ano de 2017;
-Garantia da revogação do gravíssimo corte de quase 100% no orçamento do Sistema Único da Assistência Social – SUAS, para 2018, que comprometerá a manutenção de serviços importantes como CREAS, CRAS, Bolsa Família, etc.;
-Repasse imediato dos Royalties do Petróleo pelo Governo do Estado para os municípios baianos;
-Reajuste dos repasses dos Programas Federais e Estaduais;
-Retirada das despesas dos Programas Federais do cômputo dos gastos com pessoal;
-Revisão do Pacto Federativo – Ínfima projeção de aumento do Fundo de Participação dos Municípios – FPM para o ano de 2018, tão somente no importe de 3.95%;
-Agilidade na aprovação de Propostas de Emendas e Projetos de Lei em tramitação na Câmara dos Deputados e Senado Federal que podem modificar positivamente a realidade enfrentada pelos municípios.
Fonte: UPB
Postagem: Redação
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