Header Ads Widget

ÚLTIMAS NOTÍCIAS

6/recent/ticker-posts

Está devendo? É hora de negociar

De olho nas compras de fim de ano, bancos e lojas oferecem oportunidade de limpar o nome usando o 13.º e a restituição do Imposto de Renda

Com o aumento da inadimplência e a proximidade do Natal, co­mércio e bancos abriram a temporada de negociações com clientes endividados. O objetivo é fazer com que o comprador aproveite o dinheiro extra do 13.º salário e da restituição do Imposto de Renda para recuperar crédito e voltar a comprar no fim do ano.
O nível de inadimplência do consumidor brasileiro subiu bastante nos últimos meses: de janeiro a agosto, o calote aumentou 23,4% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a Serasa Experian.
Segundo Fernando Sasso, economista-chefe da Confederação Nacional dos Dirigentes lojistas (CNDL), o cenário de maior restrição do crédito, alta dos juros e in­­flação em alta fez com que aumentasse o número de pessoas com di­­fi­­culdade para pagar suas contas. “Agora é um bom momento porque o comércio deseja que esse cliente volte a comprar; e o comprador, por outro lado, tem um ganho extra e até mesmo o aumento da renda, fruto dos grandes dissídios salariais”, diz.
Pesquisas da entidade indicam que o brasileiro deve em média entre R$ 250 e R$ 500 no comércio, e ainda é grande o número daqueles que ficam inadimplentes porque perderam o emprego ou “em­­prestaram o nome” para amigos ou parentes.
Segundo a CNDL, metade dos consumidores que regularizam sua situação volta a comprar nas lojas depois de quitar a dívida. A Serasa Experian estima que cerca de 4 milhões de brasileiros renegociem dívidas entre setembro e o fim do ano, 33% mais que no ano passado. Pelo terceiro ano consecutivo, a entidade vai colocar em prática uma campanha de incentivo à renegociação de débitos.
Descontrole
De acordo com Vander Nagata, superintendente da Serasa, vem crescendo a inadimplência provocada pelo descontrole financeiro. “As pessoas das classes C e D, que passaram a experimentar o consumo nos últimos anos, ainda estão aprendendo a lidar com o crédito. Nesse processo é natural que ocorram alguns tropeços”, afirma.
De acordo com o Banco Central, as famílias estão gastando 21% do que ganham com dividas. É um porcentual mais baixo do que em países desenvolvidos, onde as mé­­dias variam de 25% a 30%, mas mesmo assim há uma preocupação com a maior lentidão de recuperação do crédito.
Os números do BC também revelam que modalidades de crédito mais caras – como cheque especial e cartão de crédito – têm crescido, o que indica que o consumidor está recorrendo a esse tipo de dinheiro para fechar as contas no fim do mês. Por enquanto, a inadimplência não é encarada como um problema grave, mas pode vir a sê-lo em um cenário de desaceleração, com aumento de desemprego e redução da renda. “A inadimplência precisa ser monitorada. Já acendeu a luz amarela”, afirma Raphael Cordeiro, especialista em finanças pessoais.

FONTE: www.gazetadopovo.com.br

Postar um comentário

0 Comentários