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VIDAS INTERROMPIDAS – A TRAGÉDIA DO RIO E A VIOLÊNCIA NOSSA DE CADA DIA

No final da manhã quinta-feira fomos surpreendidos por uma tragédia inimaginável no nosso país: a chacina dos estudantes da Escola Municipal Tasso da Silveira, no Rio de Janeiro. Estávamos acostumados a saber de escolas invadidas por psicopatas nos Estados Unidos, como em Columbine. O que não imaginávamos, apesar de aqui terem sido apreendidas armas em escolas públicas e, em Salvador, em 2002, um aluno ter matado duas colegas numa escola particular.
Mas como podemos evitar esse tipo de acontecimento? Os porteiros e vigilantes escolares não tem autonomia para revistar mochilas de alunos e nem de qualquer cidadão que adentre a escola, e não podem assumir essa responsabilidade, que é da família ou da polícia, se for o caso. Esses funcionários, segundo a legislação, não podem trabalhar com armas e nem podem constranger os educandos, pois estão lidando diretamente com as crianças e suas famílias. Investigação é trabalho da polícia e não da escola.A Ronda Escolar, da Policia Militar dispõe apenas de pouco mais de cem homens para se fazer presente em mais de setecentas escolas estaduais e municipais só para ilustrar a situação aqui em Salvador.
A violência a cada dia invade as nossas vidas e nos aprisiona em nossas casas e, o ambiente que acreditamos ter certa segurança como a escola, mostra-se vulnerável. A escola, como um microcosmo da sociedade tem suas formas de violência, que devem ser combatidas, como o bullying, o preconceito, a discriminação e outras mazelas. Mas quando um psicopata comete um ato dessa proporção é que a sociedade passa a questionar seus valores e alavancar ações para debelar atitudes como a que ocorreu no Rio.
Enquanto as mães do Rio choravam seus mortos, eu agradecia a Deus por meu filho estar em casa, vivo, saudável, pois nessa mesma tarde, ele foi vítima de dois assaltantes quando chegava da escola, que lhe levaram o celular, ameaçando-o. E chorei, num misto de alegria por poder abraçar o meu filho e de revolta, pois procuramos explicações para tanta barbárie.
Como explicar o inexplicável? Os motivos que levaram o assassino a cometer esse ato abominável jamais poderá ser conhecido, pois o crime foi pré-meditado, concebido em seus mais sórdidos detalhes. Fruto talvez de uma mente doente. Mas não podemos creditar à esquizofrenia e a outras psicoses a maldade humana. Sim, há aqueles que matam por conta das doenças psicológicas, que são menos de 2% da população, mas também há os que matam por pura maldade, fruto talvez das interações sociais e afetivas que tiveram ao longo da vida.
Nem todo esquizofrênico se torna assassino. A esquizofrenia é tratada com medicamentos e terapia. O perigo é quando a família, os amigos percebem pistas sobre a doença mental e, por medo de enfrentá-la ou por desconhecimento, as ignora. A doença mental é cercada de estigmas e estereótipos e, na maior parte das vezes, o tratamento é interrompido por causa do preconceito ou da dificuldade em manter uma rotina entre psiquiatras, psicólogos e outros profissionais.
Hoje pais ainda choram seus mortos, no Rio ou aqui. E chorarão ainda por muito tempo. Vidas foram interrompidas e, infelizmente continuarão sendo, pois a violência bate à nossa porta todos os dias. E todos os dias sonhos são roubados... Que lições poderemos aprender com esta tragédia?
Um abraço e que Deus nos ilumine, mente e coração!
Niclécia Gama

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