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EM DEFESA DAS RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS

Sempre que passo na frente do Hospital Ana Néry, ultimamente tenho observado as dezenas de pessoas e repórteres que se aglomeram na frente do Hospital para noticiar o estado do menino que teve o corpo crivado de agulhas pelo seu padastro, sua amante e uma suposta mãe-de-santo.
Fico preocupada com a vinculação das notícias na imprensa por conta do preconceito que já existe em torno das religiões de matrizes africanas. O candomblé, a umbanda, o tambor-de-mina são manifestações ancestrais do povo negro e, tradicionalmente a criança e o idoso são vistos com muito respeito por essas religiões. As crianças por serem aprendizes de conhecimentos ancestrais e os idosos por transmitirem às novas gerações toda riqueza do legado cultural, antropológico, filosófico e religioso aos seus descendentes.
O que se percebe nesse episódio é a frieza e a maldade humana estampada em sua forma mais cruel, o instinto perverso do ser humano levado ao extremo, independente de religião. Pastores estupraram e mataram o menino Lucas Terra, padres pedófilos estão no noticiário constantemente, portanto, não crucifiquemos as religiões afro-brasileiras, pois aquela que se diz a mãe-de-santo que orientou esse ritual macabro não parece ser praticante dos preceitos básicos do candomblé e sim de rituais torpes que cegam pessoas desinformadas que querem realizar seus desejos obscuros a qualquer custo!
Matéria: Niclécia Gama / Postagem: Flávio Leone

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